No passado dia 16 de outubro de 2023 entrou em vigor o alívio do stress test usado pelos bancos para a conceção de Créditos Habitação, por indicação do Banco de Portugal.
Para fazer face aos juros elevados, o valor usado para simular a taxa de esforço dos portugueses passou de 3% para 1,5% de forma a facilitar o acesso aos créditos para aquisição de imóveis, já que esta alteração deixa a taxa de juro a rondar os 5,5% (4% da Euribor + os 1,5% da simulação) e não os 7% usados anteriormente.
Para além disso, esta medida veio também garantir uma maior percentagem de financiamento, já que se antes só se conseguia obter um máximo de 70% do valor da casa e agora é possível obter financiamento a 80% ou mesmo 90%.
Uma medida que inevitavelmente reduz a taxa de esforço dos possíveis compradores e aumenta a percentagem de financiamento, mas será que teve assim tanto impacto?
Aquando a sua aprovação, foram várias as entidades bancárias que consideraram esta medida positiva para os portugueses já que viria a facilitar o processo de aprovação do Crédito Habitação, mas a verdade é que pouco mudou.
O Idealista revela que a medida teve um impacto muito baixo no último trimestre do ano, no que concerne a empréstimos para a compra da primeira habitação. Analisando os Créditos Habitação contratados neste período percebemos que as transferências de crédito ocupam a maior fatia do bolo com 38%, já os Créditos Habitação para aquisição da primeira habitação ficaram-se pelos 35,5%.
Dados que revelam que este alívio pode ter levado ao aumento da procura de novos créditos, mas que não se chegaram a concluir. Por outro lado, a medida poderá ter tido algum peso nas transferências de crédito ao permitir melhores condições junto de outros bancos para quem procurou melhorar as condições do seu crédito.